domingo, 14 de junho de 2009

Louise Bourgeois II

No trabalho de Louise Bourgeois, a palavra 'célula' é a referência para a unidade biológica mais pequena de qualquer ser vivo. Paralelamente 'célula' será também uma referência de unidade para a casa/lar, refúgio e família. Casa, para Bourgeois, está estritamenta associada à infância, o primeiro receptáculo da vida e das primeiras marcas psicológicas. A artista produziu duas séries de 'células': uma focando os sentidos, outra ligada à infância e à memória.

(...)"As células representam diferentes tipos de dor : física, emocional e psicológica, mental e intelectual...Cada célula interage com o medo. O medo é dor...Cada célula interage com o prazer de voieur, a emoção de ver e de ser visto"(...) declarou Louise Bourgeois.


A escultura/instalação da foto tem o nome de Célula (Choisy) 1990-3 é composta por mámore róseo, metal e vidro. Nesta vê - se uma guilhotina pendente sobre uma réplica da casa em que Bourgeois cresceu, que se assemelha, imenso, a uma casa de bonecas. A trágica fragilidade da inocência infantil, a sua vulnerabilidade, está visceralmente
presente nesta obra.

Tenho que dizer que esta instalação foi a que mais me tocou na exposição do Guggenheim (Agosto, 2008). Esta obra estava já na espiral de subida, deste maravilhoso museu, e na parede estavam inscritas duas frases da artista:

"How people destroy them selves within the family"

"The past being gotten rid of by the present"
(Louise Bourgeois)

É inegável o impacto que a exposição, e esta obra em particular, tiveram sobre mim. Senti - me terrívelmente feliz por assistir a uma exposição de tal qualidade e extremamente agradecida a Louise Bourgeois pelas emoções, algumas algo inquietantes, que me fez sentir. Sem dúvida a melhor exposição da minha vida.


(Herkenhoff,et al, "Louise Bourgeois", ed Frances Morris, Guggenheim, 2008, NY/ folheto da exposição de Junho a Setembro 2008 Guggenheim, Centro Pompidou on line)

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